Por usar cadeira sete quilos mais leve, Aline Rocha, de Joaçaba, terminou a prova internacional 20 minutos mais rápida que em 2012: "Para mim, foi muito mais fácil".
A catarinense Aline dos Santos Rocha conquistou pela segunda vez seguida o título da prova de cadeirantes da Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo, na manhã desta terça-feira. Ela fechou o percurso de 15 quilômetros da 89ª edição da competição em 1h01m23s - em 2012, ela havia completado em 1h21m09s. É apenas a segunda vez que a atleta, natural de Joaçaba, no Meio Oeste do estado, disputa a competição que fecha o ano esportivo no Brasil.
A atleta de Joaçaba destaca que a nova cadeira utilizada na corrida desta terça foi fundamental para determinar o novo desempenho.
- No ano passado eu tinha uma cadeira muito mais pesada, que pesava 12kg. Essa aqui pesa 7kg. Então para mim foi muito mais fácil do que em 2012 - comenta Aline, que se sobressaiu entre os homens e foi a única entre todos os atletas cadeirantes a conseguir diminuir sua marca em relação à última edição da São Silvestre.
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Com cadeira mais leve, catarinense Aline Rocha venceu com recorde
(Foto: Léo Pinheiro/Futura Press/Agência Estado) |
O resultado de Aline Rocha veio em pouco tempo de contato com o esporte, apenas dois anos. A atleta ficou paraplégica quando ainda era adolescente, e tem apenas 22 anos, agora com dois títulos em provas de longa distância.
- Eu sofri um acidente de carro quando tinha 15 anos, antes eu nem fazia Educação Física. Eu demorei muito para conhecer o esporte, faz apenas dois anos, quando comecei em competição no meu estado. O esporte mudou a minha vida. Depois que eu sofri o acidente, fiquei cinco anos em casa sem fazer nada. Na primeira competição que participei já consegui medalha e percebi que poderia ser um incentivo para as outras pessoas e até para as crianças com deficiência. Com isso, me apaixonei por esporte e não me vejo mais sem competir - conta a catarinense.
Para iniciar no esporte, Aline teve o apoio do namorado e treinador, Fernando Orso, um dos incentivadores para que ela se arriscasse na prova de 15 quilômetros.
- Durante o final de ano nós intensificamos os trabalhos visando justamente provas que exigem uma resistência maior, como é o caso da São Silvestre. Nesse intuito focamos os treinamentos através de exercícios de resistência, controle de respiração, qualidade do toque e a velocidade a se alcançar - afirmou Orso. |