Tente invente faça de sua aula de Educação Física um momento mágico e diferente. Com esta proposta o paradesporto surge como uma proposta mágica para portadores de necessidades especiais onde a inclusão e a superação serão os valores que despontarão durante toda a prática desportiva, já para os não portadores de necessidades especiais será um momento diferente onde irão descobrir novas habilidades utilizando materiais, instrumentos ou ferramentas que habitualmente não utilizariam em seu quotidiano, como uma cadeira de rodas por exemplo.
Quando um profissional de Educação Física se defronta com um aluno portador de necessidades especiais em uma turma de não portadores, muitas vezes não está preparado para desenvolver atividades adaptadas que atendam os interesses e envolvam tanto os alunos com algum problema motor em função de uma patologia, enfermidade ou síndrome, como outros sem nenhuma limitação motora. A criatividade deste profissional deverá contemplar além da satisfação dos anseios de todos os alunos, bem como, o desenvolvimento dos valores que deverão estar intrínsecos na atividade proposta como inclusão social, cooperação, superação, autocontrole e respeito ao próximo que fazem das aulas de Educação Física um instrumento de aprendizado das relações entre pessoas.
A utilização do paradesporto nas aulas de Educação Física na escola para turmas onde existem portadores de necessidades especiais, com algum tipo de deficiência motora, paralisia ou amputados surge como uma excelente alternativa para tornar as aulas momentos “mágicos” e “diferentes”. Não ter medo de arriscar-se de propor o novo e o inesperado será a principal característica deste profissional de Educação Física com esta proposta inovadora e incomum aos currículos escolares. Sensibilizar o aluno não portador de necessidade especial é sem dúvida o primeiro passo para a tão esperada inclusão.
A pergunta que fica é: como fazer acontecer esta sensibilização? Por meio da experimentação, da vivência; a participação do aluno em uma atividade onde ele tenha que movimentar-se utilizando uma cadeira de rodas como, por exemplo, o rugby ou o basquete para cadeirantes irá sensibilizá-lo para as dificuldades de deslocamento e manejo da bola de um atleta com deficiência motora, mostrando a ele a dificuldade do paratleta na superação de seus limites. O voleibol sentado, o futebol para deficientes visuais e a corrida para cadeirante são boas opções para se trabalhar na escola.
A implantação de centros de treinamento ou polos para desenvolvimento de modalidades paradesportivas é muito comum em todas as cidades brasileiras, com o advento dos jogos paraolímpicos. O apoio da iniciativa privada e dos órgãos estaduais e federais – como é o caso do Comitê Paraolímpico Brasileiro –, vêm aumentando a cada dia o número de profissionais interessados nesta área.
O professor de Educação Física nem sempre está habilitado tecnicamente ou possui o material necessário para o desenvolvimento de uma modalidade paradesportiva na escola, por isso, a criação de momentos de parceria com entidades surge como uma excelente opção para divulgação e implementação dessas práticas.
Após a vivência dos alunos, a avaliação da atividade é muito importante. A avaliação poderá ser feita por meio de um relatório onde o aluno poderá expor as suas impressões sobre a aula e seu ponto de vista com relação aos valores como respeito ao próximo, a superação das dificuldades e os limites.
Uma aula onde os alunos participaram da modalidade paraolímpica de rugby adaptado foi aplicada a uma turma de 8º ano de aproximadamente 20 alunos, sendo um deles portador de diplegia (um tipo de paralisia). Como forma de avaliação da atividade, foi solicitado aos alunos um relatório individual sobre a vivência. Tivemos depoimentos que vale a pena destacar como de uma aluna cadeirante, de 13 anos, que disse que a atividade deixou uma lição de moral que é: nunca desistir de seus sonhos. Para ela os atletas são guerreiros, pois, não desistem de nada.
Outros alunos não portadores de necessidades especiais destacaram a importância do contato com paratletas (praticantes de esportes adaptados) relatando que para realizar um sonho não há limites e que mesmo com o sofrimento das sequelas motoras causadas por um acidente ou enfermidade, encontraram no esporte um estímulo para eles não desistirem de “viver”.
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